VACINA – FIOCRUZ MG TRABALHA NO DESENVOLVIMENTO DE VACINA BRASILEIRA PARA COVID-19

A equipe da Fiocruz em Minas Gerais em parceria com outras instituições, como a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a Universidade de São Paulo (USP), o Instituto Butantã e a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, vem trabalhando incansavelmente no desenvolvimento de uma vacina brasileira para a COVID-19. Formada por 15 pessoas, a equipe é liderada pelo pesquisador Alexandre Vieira Machado, da Fiocruz.

O trabalho vem sendo feito a partir de conhecimento acumulado com o Sars-CoV-1 (vírus que provoca a Síndrome Respiratória Aguda Severa), usando como base o vírus influenza recombinante, doença que também apresenta sintomas respiratórios, com agravação em idosos. A doença COVID-19 é causada pelo novo Corona vírus, chamado na linguagem técnica de Sars-CoV-2, que seria uma mutação do vírus Sars-CoV-1.

“Nós modificamos geneticamente o vírus da gripe, que é o vírus influenza, para que ele produza tanto as proteínas do vírus da gripe quanto uma proteína que nós chamamos de imunogênica, uma proteína que induz resposta imune, no caso ao Sars-CoV-2. Esperamos que uma pessoa vacinada com esse vírus tenha uma proteção contra a covid-19 e também à influenza”, explica o pesquisador.

O Incor (Instituto do Coração) de São Paulo também vem trabalhando no desenvolvimento da vacina, liderado pelo médico Jorge Kalil e segundo Machado, há troca de informações entre as equipes. No entanto, mesmo sendo um trabalho promissor, as equipes ainda têm um longo caminho pela frente. Segundo Machado, somente no ano que vem o desenvolvimento laboratorial com testes em camundongos deverá ser concluído. Para depois entrar na fase mais complexa e cara, que é a fase clinica que exige uma estrutura maior e condições sanitárias especificas. Após essas fases, o prazo é de pelo menos 2 anos para entregar uma vacina segura para a população.

Cerca de 200 grupos de cientistas de diversos lugares do mundo também vem realizando um trabalho intenso para desenvolver uma vacina segura e eficaz contra a COVID-19 e segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), pelo menos oito já deram inicio à fase clínica, realizando testes em pessoas.

Uma das vacinas que já entrou na fase clinica foi a desenvolvida na Universidade de Oxford, no Reino Unido. A equipe britânica já vinha trabalhando com a vacina da Mers e agora vão testar com o antígeno do Sars-CoV-2. Equipes chinesas e americanas

também correm contra o tempo para a criação de uma vacina com resultados promissores. Para Alexandre Vieira Machado, é de suma importância que o Brasil desenvolva uma vacina com tecnologia própria, para que o país não dependa de outras patentes para proteger sua população. “O Brasil ter uma vacina própria, com tecnologia própria é soberania nacional e independência tecnológica. Hoje, vacina é geopolítica e ciência é poder”, garante.

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